sábado, 24 de maio de 2014

Ações e seu alto risco

Alto Risco


O que é alto risco? Todos ouvimos falar sobre o assunto, mas poucos de fato interessam-se sobre ele. Embora, no fundo todos saibam o que isso significa: chance de perder tudo.

Contudo, minha visão de alto risco não é essa, entendo que um investimento é arriscado demais quando além de perder tudo o que tenho, eu ainda posso ficar endividado. Por este motivo, considero que ações não são um investimento de alto risco, mas com um risco médio-alto, afinal perder tudo é horrível.

E por ser arriscado não devemos investir? Parece-me pela cultura geral no nosso amado Brasil que: sim, não arrisque. A máxima é repetida por todos os lugares, "Não se arrisque! Perderá dinheiro e ficará pobre!"

Durante muitos anos, em especial durante o governo FHC, aplicações de renda fixa tinha rendimentos de duas casas decimais, durante este período glorioso até a poupança rendia algo na faixa de 12% a 15% ao ano (1999 e 1998, respectivamente). Estes rendimentos exacerbados causaram, ao meu ver, uma efeito negativo no país todo: que se ganha dinheiro com juros!

Mas é claro, naquele tempo nossa inflação também era próxima a 8,9% e 1,7% ao ano (1999 e 1998, respectivamente), então percebam que a poupança, considerada como um dos piores investimentos no mercado, tinha rentabilidades reais positivas. É claro, essa farra durou pouco, a partir de 2000 a poupança empatava ou perdia para a inflação. E até 2011, esta modalidade tinha um retorno de 7,5% ao ano. Então, é muito claro ver que o brasileiro desinteressado em finanças conseguia ter uma rendimento decente, não havia por que se interessar em ações. "Empresas quebram, posso perder tudo"

Verdade, mas quantas empresas, excetuando as do grupo X, foram a falência e levarão seus acionistas a bancarrota?
Por que excetuar as empresas do grupo X? Por que elas são um excelente exemplo do motivo que leva as pessoas a não se "arriscarem" e por consequência se afastarem da bolsa. Irei tratar do problema em duas partes:


  • O que é uma ação?
Um pedaço da empresa, no fundo é isso que uma ação é. Podemos separá-las em ordinárias e preferenciais, mas deixarei isso para outro post. A ação representa o capital da empresa dividido em partes iguais, é só isso, por exemplo, se o capital social de uma empresa é de R\$100.000,00 e a empresa de 100.000 ações, cada ação custa R\$1,00. Mas esta conta só é válida se estamos falando de uma Sociedade Anônima de Capital Fechado, ou seja, que não tem ações na bolsa.
Se a empresa possuir ações na bolsa, serão os agentes de compra e venda que irão estipular seu preço, segundo a segundo durante o pregão...
  • Bolsa não é loteria!
As negociações feitas podem ser entendidas como movimentos caóticos no curto prazo (dois dias, alguns meses), mas no longo prazo SEMPRE as ações seguem seus fundamentos. Se uma empresa tem lucro consistente, cresce, é natural que suas ações fiquem mais caras com o passar dos anos: se você quer ser sócio de uma empresa com bons resultados, pague por isso!

O que o brasileiro quer é achar na bolsa uma grande tacada, comprar uma ação por dois centavos e vender ela dois dias depois por um milhão! Isso não existe, a coisa mais próxima disso é a Mega-sena. E é nesse ponto que entramos nas empresas do grupo X, todas elas aparentavam ser excelentes investimentos e muitos acreditaram e aqui está o problema. Acreditar em algo não é um problema, afinal se arriscar envolve acreditar que dará certo, mas os investidores das empresas X se esqueceram de uma parte: saber no que está acreditando. E isso vale para qualquer empresa, se você quer se tornar sócio de uma empresa, acho que é interessante saber o que ela faz, como é seu mercado, se tem dívidas, afinal você será dono de um pedaço dela.

A comparação mais clara que se pode fazer sobre como funciona a bolsa é a seguinte:
Suponha que eu sou dono de um mercado e ofereço a você, leitor, um pedaço do meu empreendimento, você me dá... vejamos... R\$50.000,00 e será dono de 25% do meu mercado. Você, leitor esperto, responderá:
"Certo, mas qual é o seu lucro? Quanto você ganha? Tem dívidas?"
Eu, com muita calma e alegria responderei: "meu lucro é quase zero, fazem dois anos que quase pago para trabalhar e estou cheio de dívidas no banco, algo na faixa de meio milhão"
Muito provavelmente você olhará no meus olhos, irá mandar a minha oferta no meio do ** e não irá ser sócio de algo que está fadado a falir e naturalmente, queimar seu dinheiro. PORÉM, na bolsa as pessoas compram essas empresas! Está falida, não tem perspectiva de recuperação, a dívida cresce e a administração não faz nada e mesmo assim, o espertão vai e compra a empresa.

"Desse jeito parece até que é fácil ganhar na bolsa"
E no fundo é, desde que você se empenhe ou tenha um plano. Ser sócio de alguém envolve um mínimo de atenção, saber o que acontece, financeiramente, é o passo zero. Pois, tendo ideia da "saúde" da empresa você pode decidir se aquele empreendimento é bom ou não. Nos próximos posts, irei comentar sobre alguns métodos para se escolher empresas e o que é importante saber.



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